Tyumen conquista vaga nas semifinais após duelo histórico

OS BRASILEIROS FERRÃO E XUXA VIBRARAM COM A CLASSIFICAÇÃO

Poucas vezes ou nunca se viu um playoff tão equilibrado na Superliga Russa de Futsal. Em cinco partidas espetaculares, IFC Tyumen e Grazpron Ugra duelaram por uma vaga na semifinal e nesse sábado (14), finalmente o Tyumen obteve sua classificação, mesmo atuando fora de casa.
As equipes chegaram ao último confronto com duas vitórias para cada lado nos playoffs, levaram a decisão ao extremo e o resultado só foi conhecido após cobranças de pênaltis. Depois de um empate no tempo normal em dois gols, os visitantes venceram nas penalidades, por 7 a 6.
Somente brasileiros marcaram no duelo desse sábado. Robinho tirou o zero do placar no lado do Grazpron aos 12 minutos e Afrânio tratou de empatar no final do primeiro tempo, aos 24min00, levando a igualdade para os vestiários.
No segundo tempo foi a vez do ala Xuxa marcar e colocar o Tyumen na frente, 2 a 1, mas um minuto depois, Éder Lima voltou a empatar, dando números finais ao último jogo de um dos confrontos mais equilibrados da competição. Nos pênaltis a classificação ficou com os visitantes, 7 a 6.
O adversário do IFC Tyumen nas semifinais é o MFK Cinara, que eliminou o Polytech nas quartas de finais, após vencer três jogos e perder apenas um na melhor de cinco jogos. Na outra semifinal, Dínamo e Siberiano decidem o outro finalista. 
VEJA AS DATAS DAS SEMIFINAIS:
Ekaterinburg - 18/05/11 MFK Cinara x Tyumen 
Ekaterinburg - 19/05/11 MFK Cinara x Tyumen 
Tyumen - 23/05/11 IFC Tyumen x Cinara 
Tyumen - 24/05/11 IFC Tyumen x Cinara 
(Caso seja necessário a quinta partida será em Ekaterinburg)

Tyumen x Grazpron: Tudo igual nas quartas de finais

Confronto entre as equipes é sempre acirrado
Fotógrafo: Viktor Yushchenko


A segunda partida do duelo envolvendo Grazpron – Ugra e IFC Tyumen, pelas quartas de finais da Superliga Russa de Futsal, aconteceu nessa quinta-feira (05), na cidade de Yugorsk, casa do Grazpron e depois de perder o primeiro confronto na última quarta-feira (04), o time do goleiro Tiago se reabilitou e venceu pelo placar de 4 a 2.

O terceiro desafio acontece na arena Tymen, na cidade do mesmo nome, dia 10 de maio e no dia seguinte (11/05), ocorre o quarto duelo, que pode ser decisivo. Caso seja necessário o quinto jogo, ele acontece em Yugorsk dia 14 de Maio.

O JOGO
O brasileiro Éder Lima foi o destaque da partida, marcando três dos quatro tentos da equipe da casa.
Todos os gols da partida foram feitos na segunda etapa. O Grazpron abriu vantagem de 3 a 0, com gols de Éder Lima aos 34min00 e 39min00 e Davydov aos 45min00.

Segundos depois, Afrânio diminuiu para o Tyumen em cobrança de tiro livre direto, 03 a 01 e ameaçou uma reação, porém, dois minutos depois, novamente Éder Lima tratou de acabar com as chances dos visitantes, estampando 04 a 01 no placar. No final Abyshev ainda teve tempo de descontar, mas não havia tempo para mais nada e o placar se encerrou em 4 a 2.

O céu, o inferno e a superação na vida de um campeão

Do Juventus da Mooca até ser escolhido como o melhor jogador do mundo no futsal em 2003, disputar dois mundiais e ser um dos principais protagonistas do mundial do Brasil em 2008, Adriano Foglia passou por privações, complicações do início de carreira, dificuldades financeiras e foi do céu ao inferno, sempre buscando se superar em cada um desses momentos.

A carreira começou no Juventus da Mooca (SP), mas logo Adriano se transferiu para o Palmeiras (SP), ainda na categoria infantil, onde permaneceu por seis meses, em seguida foi para o Nacional Marvel (SP), onde atuou em outra metade de temporada, até realizar sua última transferência em solo brasileiro: Em 1998 voltou para o Palmeiras, onde foi “visto” e levado para a Itália em 1999.

Tudo aconteceu muito rápido, tinha 17 anos quando chamou a atenção dos italianos e no ano seguinte já encantava o país europeu: “Estava no Palmeiras com 17 para 18 anos, era ainda juvenil, mas jogava no time principal, em uma partida de nossa equipe tinha um presidente de um clube da Itália que gostou do meu jeito de jogar e quis me levar, mas fui mesmo porque passava por um momento difícil financeiramente e familiar.” Comenta Adriano, era o começo “azul” de sua carreira.

                                          FOTO: fifa.com

O Céu
Esse foi o começo do “céu”, nos primeiros quatro anos a Itália se rendeu ao seu talento, em dois desses anos foi artilheiro na maior competição do país. As grandes atuações chamaram a atenção do mundo e em 2003, Adriano era escolhido como o melhor jogador do planeta, posto na atualidade ocupado pelo gênio Falcão.

O que se seguiu foram glórias e títulos, que culminou com sua naturalização e a convocação para o campeonato mundial de 2004, competição em que foi vice-campeão com o selecionado italiano.

Em 2008 estava em outro mundial, disputado no Rio de Janeiro. Os principais destaques da competição eram Brasil e Espanha por motivos incontestáveis e também a Itália, que chamou a atenção por ter seu elenco formado somente por ítalos brasileiros, entre eles, um camisa 10 com o nome Foglia estampado nas costas.

“No mundial acredito que joguei muito bem, apesar de ter sido convocado na posição de pivô, que não era onde atuava na época e ter marcado poucos gols, mas procurei fazer o melhor. Infelizmente na semifinal aconteceu aquela fatalidade, que talvez nunca mais aconteça e fomos eliminados, foi onde começou a acontecer coisas ruins na minha vida.” Explica Adriano

A fatalidade a que se refere aconteceu no último lance da partida semifinal entre Espanha e Itália. Já na prorrogação e com o placar apontando 2 a 2, tudo indicava que o jogo seguiria para a disputa por pênaltis. Porém, após um passe errado no ataque da Itália, a Espanha conseguiu o contra-ataque, Kike bateu para o gol, a bola acertou a trave e voltou para a área, com o cronômetro já zerado, Foglia, que vinha embalado, não conseguiu se desviar da bola e tocou involuntariamente para dentro de seu próprio gol, antes que o árbitro cubano Antonio Alvarez decretasse o fim da partida, a confirmação do gol só veio 10 minutos depois, após uma discussão dos dois times com o árbitro. Aos resignados italianos, restou dar o chute da meia-quadra após o reinício da partida e chorar até hoje, quase três anos depois, a desclassificação, começava ai a parte negra da vida de Adriano.

                                         FOTO: Alexandre Cassiano - O globo

O Inferno
Como afirma Adriano, o duro golpe parece ter marcado o início de tempos ruins. Pouco depois o camisa 10 da azzurra se separou da esposa e em consequência se distanciou da filha. Como se não bastasse, na mesma época, descobriu que a menina era autista: “Foi tudo muito rápido, a separação de minha família, depois a doença de minha filha. Antes já não estava conseguindo lidar com a fama e com o dinheiro e juntando esses fatos meu mundo desmoronou.” Lamenta Foglia

Adriano não suportou tanta pressão, até mesmo a separação da família foi consequência


Tantos foram os golpes que o ítalo-brasileiro não suportou e encontrou o consolo nas drogas: “Não estava acostumado a enfrentar problemas como os que eu estava vivendo, foi em um momento de fraqueza, mas errei e tinha que pagar por isso.” Disse

Nessa turbulência, foi pego em um exame antidoping e chegou ao fundo do poço: “Nunca fui usuário, tanto é que foram 10 anos de seleção, dois mundiais, quatro europeus e muitos exames antidoping com a seleção e com os clubes em que joguei, tenho todos os exames comigo, se fosse um usuário frequente teria sido pego em outras vezes, Graças a Deus não era e nunca fui, aconteceu naqueles momentos de turbulência e fraqueza.” Explica

Mesmo aguardando julgamento desportivo, após o episódio do doping, dia 02 de julho de 2009, a Malwee, maior equipe do país na ocasião, anunciou a contratação do jogador, o ala chegou a se integrar ao elenco de Jaraguá do Sul (SC), mas pouco depois sua penalidade foi sancionada e teve que deixar o grupo, a dura pena imposta foi de 22 meses afastado das quadras: “Sabia que tinha errado, fui homem de enfrentar, sou homem de falar a respeito e fui homem de encarar essa punição. Fui execrado, muita gente se afastou de mim, o que é normal, meu clube ficou sem me pagar, passei o que não desejo para ninguém, nesse momento vi a importância da família, que ficou ao meu lado e de alguns amigos que até hoje estão comigo, sou grato ao pessoal da Malwee por me propor um contrato, aprendi mais com o Ferretti e o Marcão nesses dois meses de Malwee do que todo o tempo na Itália.” comentou

Expirado o tempo de punição em outubro de 2010, Adriano está de volta e afirma ter dado a volta por cima: “O pior já passou, estou de novo com minha família, vi que isso é o que realmente importa, dei a volta por cima, já tive algumas sondagens de clubes do Brasil, mas não posso voltar agora, acabando esse ano ainda tenho mais um de contrato, mas não vou renovar, ainda quero defender um time do Brasil e mostrar que é possível se levantar depois de levar tanta pancada, o que passou, passou, tenho apenas 29 anos e muitos anos de futsal pela frente.” Finalizou

Retorno ao céu...
Neste domingo (01/05), o Montesilvano (Itália) entrou em quadra no Cazaquistão para enfrentar o Sporting (Portugal), na decisão da mais importante competição do salonismo europeu, a Copa UEFA. E um camisa 20, com dois gols ainda na primeira etapa, praticamente definiu o confronto a favor do time italiano, acima do número 20, a estampa...Foglia.
O céu é o limite para quem ousa sonhar e conhece os caminhos da superação, definitivamente, a fera está de volta!

                                         FOTO: www.futsalportugal.net

Montesilvano, da Itália, conquista a Copa UEFA de Futsal

FOTO: Adriano Foglia, que defendeu a seleção italiana por muitos anos, marcou duas vezes na decisão

O ginásio Baluan Sholak Sport Palace, em Almaty, no Cazaquistão, foi palco na manhã deste domingo (01/05) da grande final da Copa UEFA de Futsal, a mais importante competição européia de clubes. Sporting Lisboa (Portugal) e o Montesilvano (Itália) decidiram a competição e os italianos levaram a melhor, vencendo por 5 a 2, chegando a estar vencendo por 5 a 0.

O Montesilvano se torna campeão inédito, nunca um time da Itália havia chegado sequer na final. O clube é o atual campeão italiano e tem como um dos principais destaques o brasileiro naturalizado italiano, Adriano Foglia.

Para chegar à decisão o Montesilvano derrubou na semifinal o Benfica (Portugal), pelo placar de 3 a 0, a agremiação portuguesa, até então, era detentora do título da Copa UEFA.

FOTO: Agência/AFP
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